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O Ateliê de Escrita Criativa na nossa Escola

 
É o segundo ano em que, na nossa escola, funciona o Ateliê de Escrita Criativa, com dois grupos em dias e horas diferentes.
Neles tudo se faz. O mobile da escrita é, na maior parte das vezes, a leitura, normalmente apresentada pelo professor, e é ela o ponto de partida para a criatividade dos alunos. A partir do modelo apresentado, o aluno cria novos textos, expressando ideias diferentes: as suas ideias, o seu modo de sentir e de pensar. Todos os textos são lidos pelos seus autores ao grupo, e é este o momento de maior agrado, de maior prazer individual, é o momento da partilha, é o momento do dar e do receber. Note-se que também a professora é parte integrante desta partilha, pois produz igualmente todos os textos que sugere.
O Ateliê de Escrita Criativa constitui-se, assim, uma mini comunidade de linguagem ou de linguagens, em que o valor da escrita é medido pelas reações dos leitores /ouvintes. Deste modo, a reflexão/autoavaliação é imediata  e surge o gosto em reconstruir, aperfeiçoar, ilustrar…
Tem-se procurado que as sugestões de escrita sejam múltiplas e variadas, e os alunos, eles próprios, vão apresentando sugestões. A primeira actividade foi, desde logo, “Gostos não se discutem: o perfil de cada um”, o que permitiu aos alunos uma participação completa e imediata. Tentou-se, depois, que a temática sugerida para as diferentes escritas estivesse de acordo com o calendário. Deste modo, no outono, fizeram-se poemas relacionados com os festejos desta estação do ano, por exemplo, os magustos de castanhas; a leitura do poema “Primavera” foi o ponto de partida. Na época natalícia, os alunos trouxeram de casa receitas, que foram lidas, detetada a estrutura deste tipo de texto e produzidas receitas cujos ingredientes foram sentimentos natalícios, como sejam a paz, a bondade, etc …
Depois, porque uma das histórias de Natal tinha como personagem um cego, foi a leitura d’ O livro negro das cores que nos fez produzir palavras escritas em braille. Refletiu-se também sobre os outros sentidos com base no livro Vou dar pontapés na Lua e surgiu a ideia da Língua Gestual Portuguesa. Foram utilizados vários recursos (papel e Net), que nos permitiram aprender algumas palavras, que foram, depois, apresentadas à turma à qual os alunos pertencem, tal como as palavras em braille da atividade anterior. “Publicar” o trabalho do Ateliê fomenta, sem dúvida alguma, uma grande motivação no que se faz. Na sequência de tudo isto, foi lida ainda uma notícia do jornal “ O Público”, que dava conta de uma escola em que alguns alunos apresentam este tipo de necessidades.
No seguimento da leitura da obra Ulisses (nas aulas obrigatórias do currículo), uma aluna trouxe um livro sobre criaturas fantásticas, após a leitura do qual, e com a ajuda de outro livro intitulado Animalário Universal, cada aluno criou a sua própria criatura fantástica, resultante da junção de dois ou três animais. Na sequência desta temática, foram ainda criadas adivinhas de animais, com base na ficha “Números e factos do mundo animal”.
Prevê-se ainda uma exposição final, que será o culminar da dimensão social da linguagem, em que a motivação assenta.
Outras actividades estão previstas como jogos de rimas, poesia visual, assim como, com base em listas de provérbios, serem criadas histórias ou vice-versa, entre outras.
O Ateliê de Escrita Criativa pode considerar-se um espaço privilegiado de conhecimento que se constrói em interação permanente: escrever é considerado o mais completo veículo para se pensar melhor, pois toda a actividade de produção escrita contém e integra em si a leitura.
Concluindo, há a referir que é minha convicção pessoal que o Ateliê de Escrita Criativa é, acima de tudo, um espaço para a comunicação de gostos, de sentimentos, de emoções, e é nesta partilha que a escrita vive. É, pois, minha opinião, que é esta dimensão, simultaneamente individual e social, que alimenta este tipo de atividade e a faz crescer.
 
Nota: os livros utilizados pertencem e foram sugeridos pela Biblioteca Escolar, uns, e outros sugeridos e facultados pela colega do Ateliê.
 
A docente
Lídia Reis
(24/04/2012)
 



Clube de Teatro





Há já alguns anos que a professora Arminda Ferro leva à cena várias peças de teatro e este ano não foi excepção. Seleccionou a obra, definiu o cenário, escolheu as músicas, ensaiou os alunos de 5º, 6º e 7ºs anos e (a pérola em cima do bolo) desenhou e executou os vários modelos que deram corpo às personagens. Perante os nossos olhos desfilaram as personagens da obra de Sophia de Mello Breyner Andresen A Menina do Mar: o caranguejo, o velho da praia, o marinheiro, o polvo, o rapaz da praia, as sereias, as banhistas e a própria menina do mar. Na memória fica-nos a história que os alunos contaram – Tomás Coelho, Henrique Santos, Ana Rita Russo, Carolina Spínola, Soraia Veríssimo, Carolina Prioste, só para citar alguns, mas sobretudo a profusão de cores e as criativas peças de vestuário que foram animando os diálogos e as personagens. A peça foi representada três vezes; a primeira para a comunidade escolar, a segunda para os avós e alunos que não tinham podido ver e a terceira, inserida na Noite Cultural, para os pais e familiares. Os alunos gostaram bastante desta experiência e querem continuar. Quanto à professora Arminda, já arregaçou as mangas e já está a trabalhar.
 
 
Professora Maria João Rodrigues
 


Clube de Encadernação



Quem frequenta a biblioteca já se habituou a vê-los naquele canto ao pé da janela. Semana após semana, os livros, folheados por muitas mãos e lidos por muitos olhos, chegam agastados às mãos destes seus (re)criadores e artistas. Doentes, para utilizar uma linguagem metafórica, os livros são tratados pelos seus médicos que os cortam, cosem, tratam e os põem como novos. Estamos a falar, é claro, do professor Francisco Bulhões e da professora Maria João Mota que, juntos, dão voz ao Clube de Encadernação. O clube existe desde 2008 e está ligado às Bibliotecas Escolares do Agrupamento de Escolas de Atouguia da Baleia.
Segundo o professor Bulhões, que é o coordenador e mentor deste projecto, o gosto pela criação e manutenção dos livros surgiu mediante o trabalho que desenvolvia regularmente com os alunos, uma vez que a encadernação fazia parte do currículo da sua disciplina. Quis saber mais e, assim sendo, foi aprender esta arte com um artesão, o mestre Joaquim, na sua própria oficina de encadernação, situada em Leiria. A partir daqui foi sempre desenvolvendo trabalhos nesta área, para amigos que lhe pediam, para colegas e para si próprio. Já fez uma formação para professores e duas para encarregados de educação, estas últimas inseridas no projecto Escola Para Pais.
A parceria com a professora Maria João Mota surgiu naturalmente, uma vez que a professora alia a sua formação académica em História a um gosto pessoal pela bricolagem. Juntos, raspam, cortam, põem lombadas e guardas, colam os miolos dos livros … Este processo decorre ao longo de várias sessões, e por várias fases, uma vez que devido ao tempo que a cola demora a atuar não é possível acabá-lo e começá-lo numa só sessão. Quando o livro é importante, faz-se a cosedura à portuguesa e é por estas situações enumeradas que em cima da mesa de trabalho se observa uma parafernália de materiais – papéis diversificados, cartão, papel craft, cola de papel, couro sintético a imitar o cabedal … – e de utensílios – dobradeira, prensa, x-acto, tesouras, guilhotinas, linhas, agulhas …
À laia de curiosidade, a professora Maria João Mota contou que neste momento restauram mais livros da classe 8 - Literatura -, mas já houve um tempo em que tiveram em mão muitos dicionários.
Contou ainda o professor Bulhões que costumam vir alunos - alguns encaminhados para a BE -  observá-los e acabam por ficar e pedir para colaborar.
Atualmente os encadernadores têm uma aluna muito especial: a professora Libertina Peralta que segue as orientações doutas e pacientes do mestre Bulhões e cose à portuguesa, no tear, uns folhetins de História de Arte que em breve se transformarão num livro.
A escola tem assim situações inesperadas e interessantes: professores que põem outros talentos ao seu serviço e, para lá do que lhes é exigido, trazem mais-valias, importantes, para a qualidade desta. O professor Bulhões diz muitas vezes, na brincadeira, que o seu trabalho já fez muito pela escola, pois ao restaurar tantos livros, perpetua a sua longevidade, impedindo, desta forma,  a compra dos mesmos títulos e possibilitando a compra de outros. Os alunos agradecem.

Professora Maria João Rodrigues
 


Tuna


Quando fala da Tuna aviva-se um brilho nos seus olhos e aflora um sorriso nos seus lábios. Pergunta “Correu bem … gostaram?” no seu indelével sotaque alentejano, com a ligeira ansiedade de quem sabe que foi um sucesso. Diz-nos depois, a brincar, que qualquer dia lhe muda o nome, põe-lhe Tuna Fixe, mas como pode ser interpretado como Atum, … diz logo que não, … não, … vai deixar como está, a Tuna da Escola! Falamos, pois, da professora e colega Linda Comendinha, a dinamizadora deste projecto que tanto entusiasmo suscita a quem participa e a quem ouve. A professora Linda conta-nos que a Tuna já conta com três anos de existência e no decorrer deste tempo tem tido sempre muita gente. Saem os do nono, entram os do quinto ano, mantém-se os dos outros anos. Nesta altura, é necessário fazer, literalmente, um compasso de espera, pois há aprendizagens e reajustes a serem feitos. Os tunantes compreendem e revelam sempre muito interesse e receptividade, perguntando-lhe constantemente quando será o próximo espectáculo.
A Tuna foi criada com o objectivo de divulgar a música tradicional portuguesa junto dos mais jovens e, para isso, a professora Linda tenta encontrar músicas que sejam dinâmicas, engraçadas, alegres e que vão, pois, ao encontro das capacidades dos alunos que nela participam e ao gosto de todos. Para além disto, tenta adaptar músicas que não sejam tradicionais, que pertençam a outro género musical, conhecido dos alunos, não só para, tal como já foi referido, ir ao encontro dos seus gostos, mas também para os sensibilizar para as transformações que uma música pode sofrer. Confidenciou-nos a professora Linda que este processo de adaptação das músicas é longo e trabalhoso e requer muito das suas horas de Trabalho Individual, mas fá-lo com gosto e prazer.
Actualmente, a Tuna conta com 45 alunos e com a preciosa colaboração de 5 professores; David Roque, Célia Lourenço, Vera Santos, Joel Leal e Susana Pereira. A Tuna conta ainda com uma enorme diversidade e riqueza de instrumentos: nas cordas, o baixo, a guitarra, o cavaquinho; nos instrumentos de percussão, o bombo, a pandeireta, o triângulo, a caixa chinesa, as clavas, o shaker, o flex-a-tone e o reco-reco e ainda a flauta e as vozes. E é deste conjunto humano e material que surgem as músicas já tão nossas conhecidas: História do Zé Passarinho, Anzol, Trai-Trai, Ferreiro (esta é uma música originária da zona de Peniche), Loucos de Lisboa, Chiclete, entre outras. A Tuna já cantou e encantou no aniversário da escola e, neste ano lectivo, na entrega dos livros do PNL ao 1º ano, na Feira do Livro com o reportório já mencionado, nas vésperas das férias de Natal com cânticos, em Janeiro com as Janeiras. Irá ainda animar a Semana do Agrupamento, os concursos concelhios de leitura, o seu espectáculo de encerramento do ano lectivo e, quiçá, participar num encontro de jovens de EMRC no dia 7 de Março em Alenquer e num encontro de agrupamentos de escolas da Lourinhã. É caso para cantar: “Ninguém pára a Tuna, ninguém pára a Tuna ninguém pára a Tuna …olé!”
 
Professora Maria João Rodrigues
 


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